DO ESPIRITO DAS LEIS
DO ESPIRITO DAS LEIS
1-
Como
é explicado o significado da palavra espírito no titulo da obra de Montesquieu:
Do espírito das leis.
R-
O que Montesquieu descreve como espírito geral de uma sociedade aparece como
resultante de causas
físicas (o clima),
causas morais
(costumes,
religião…)
e das máximas de um governo, Modernamente,
seria o que chamamos vulgarmente de uma identidade nacional .
2 “ Não extrai meus princípios de
meus preconceitos, mas da natureza das coisas”.Como podemos interpretar estas
palavras do autor? Como se estabelece a distinção entre princípios e
preconceitos? Os princípios morais estariam intimamente ligados aos
preconceitos? Explique.
R-
É preciso considerar o homem antes do estabelecimento das sociedades para se
perceber as “leis da natureza” como princípios da concepção moderna do homem.
Das leis naturais, as sociedades concretas construiriam seus valores morais,
éticos e direitos humanos.
Princípios
são conceitos concebidos e que fazem as pessoas se sentirem superiores ou
melhores que as outras.
Os princípios morais estão ligados aos
preconceitos, devido a muitas pessoas não aceitarem o envolvimento de pessoas
do mesmo sexo, ou de origens e classes sociais diferentes.
3 - “Denominei, então, virtude política o amor à
pátria e à igualdade”.Argumente a postura do autor em relação a virtude política.
Como você definira o amor a pátria?.
Como se manifesta o amor o amor a pátria?o que vem a ser pra você virtude
política?
R-
Para o autor virtude a virtude da política não é uma virtude moral, mas
uma virtude propriamente política.
É o respeito
pelas leis e a dedicação do indivíduo à coletividade. A
virtude é o amor pela república, é um sentimento e não uma série de conhecimentos.
Um sentimento que deve entrar em todos os homens de Estado.
Na consciência de todos os que
representam o Estado, em todos os homens públicos, assim como no povo também.
Há uma sabedoria que deve robustecer o espírito e a vontade na fidelidade aos
princípios da honra. Há uma moral social média que impera acima dos
comportamentos individuais.
A sociedade detém essas máximas e essa moral
que zela e da qual exige cumprimento. No meio de uma sociedade geral, há o povo
representado pelas pessoas de bem que são os guardiães naturais dessa moral.
Este apego à moral social dá-lhe força e o mantém vivo como zelador da honra.
Segundo Montesquieu, o amor pela pátria acarreta a pureza dos costumes, e a pureza dos costumes acarreta o amor pela pátria.
Segundo Montesquieu, o amor pela pátria acarreta a pureza dos costumes, e a pureza dos costumes acarreta o amor pela pátria.
É um princípio interessante saber que quando o
indivíduo representante do Estado se refugia no amor pela pátria, ou seja,
quando ele olha e zela pelos valores comuns e comunitários, vai tornar-se mais
puro e mais fiel em seus costumes.
E vice-versa: quando ele se torna notado pela
pureza de seus costumes, esse comportamento vai ajudá-lo a cultivar e a manter-se
fiel em seu amor à pátria.
Quanto menos o homem de Estado
buscar satisfazer suas paixões individuais mais interesse e fidelidade manterá
para com as paixões do Estado e da pátria.
No meu ponto de vista
virtude política é,amor a pátria, a pureza dos costumes é o sentimento da
segurança, não a vergonha o desrespeito que vivemos hoje com esta política suja
e corrupta, baseado em troca de favores e aliciamento entre políticos.
4 “ As leis,
no seu significado mais amplo, são as relações necessárias que derivam da
natureza das coisas; e nesse
sentido,todos os seres em suas leis (...)o homem tem suas leis”Argumente a
afirmação de Montesquieu em relação as leis.
R-
São relações necessárias que derivam da natureza das coisas. Há uma razão
primitiva, e as leis são as relações que se encontram entre os vários seres, e
das relações destes seres entre si.
Estas afirmações estavam de acordo com a ideia
da existência de leis universais comuns a toda a humanidade, defendidas pelos
racionalistas, mas vão mais além já que em Montesquieu existe um encadeamento
entre elas, que faz com que uma determinada forma de governo implique uma
legislação específica; assim como a variedade geográfica, a moral, o comércio,
a religião acabam por modificar as leis.
5 De acordo com o autor, o que ocasiona na
realidade o estabelecimento de leis entre os homens? Explique sua afirmação
comprovando-a com trechos do texto.
R- Logo
que os homens se reúnem em sociedade, perdem o sentimento da própria fraqueza;
a igualdade que entre eles existia desaparece, e principia o estado de guerra.
Essas duas espécies de estado de guerra de nação
para nação e de indivíduo
para indivíduo ocasionam o estabelecimento de leis
entre os homens.
O direito das
Gentes [relação entre os povos]; o Direito Político [relação entre governados e
governantes]; o Direito Civil [relação dos cidadãos entre si].
Sendo o homem o predador do próprio homem, nada mais
necessário que se estabeleçam leis e regras para frear o instinto destrutivo do
ser humano.
6-
Conforme
Montesquieu a mais insignificante mudança na constituição tem como conseqüência
a ruína dos princípios. Como podemos explicar esta afirmação?
R-
É
necessário que as leis se relacionem à natureza e ao princípio de governo
estabelecido, ou que se pretende estabelecer, que elas formem este governo,
como sucede com as leis políticas, quer elas o mantenham, como ocorre
com as leis civis.
As leis devem ser relativas ao físico do país (...);
ao gênero de vida dos povos (...); com o grau de liberdade que sua constituição
pode permitir; com a religião de seus habitantes, suas inclinações, riquezas,
número, comércio, costumes, maneiras.
Enfim, elas se relacionam entre si e também com sua
origem, com o objetivo do legislador, com a ordem das coisas sobre as quais
estão estabelecidas. É desses pontos de vista, portanto, que é necessário
considerá-las.
7 - Releia o trecho que segue e explique como
as republicas mantêm sua segurança.
“Se
uma republica for pequeno será destruída por uma porca estrangeira; se for grande, destruiri-se-a ela própria por
um vicio interno.”
R-
“Se uma república for pequena, será destruída por uma força estrangeira; se for
grande, destruir-se-á ela própria por um vício interno”.
Se a república for pequena, deverá se valer dos
acordos e tratados internacionais para que outras não a destruam. As repúblicas grandes podem ficar cheias de
orgulho e soberba, e por pensarem que nada podem atingi-las, a ruína virá do
seu próprio interior, como exemplo citado pelo autor, temos a antiga Roma.
8 - Nossos
missionários falam, nos de vasto império da China, como de um governo admirável
que mistura em seus princípios o temor, a honra e a virtude. “Apresentei,
portanto uma distinção inútil quando estabeleci os princípios dos três
governos.” (p.138) procure identificar algumas características do império da
China que possa justificar as palavras de Montesquieu.
R- Na China, a subordinação assegura a tranquilidade
pública. Daí a importância da analogia entre soberania e poder paterno, algo
cuidadosamente fixado por ritos e cerimônias concebidos pelos legisladores.
Montesquieu em nenhuma passagem nega que a
autoridade paterna seja natural, mas procura demonstrar como o governo chinês a
ritualiza e a transforma em instrumento disciplinar.
Os legisladores deslocam os
sentimentos que a figura paterna mobiliza: o culto público transforma-a em
símbolo religioso, fazendo com que ela transcenda os limites da esfera
doméstica.
O respeito pelos pais deixa de ser imediato e
instintivo para receber a mediação da disciplina estatal e religiosa,
tornando-se, portanto, dever moral e tarefa cívica, além de ganhar sentido
sagrado.
Essa transcendência, que é a passagem de
representações da esfera familiar para as esferas política e religiosa,
possibilita identificar a figura paterna com a autoridade pública.
Nas cerimônias, as diversas imagens do poder
(o pai, o mestre, o soberano) são confundidas.
Deslocada da esfera que lhe é própria, a
figura paterna pode funcionar como referência para as outras formas de
autoridade.
Ela é inserida em um requintado programa de
exercício do poder. Essa transferência planejada de símbolos e sentimentos do
mundo doméstico para as relações políticas consolida o "despotismo",
assegurando poderes ilimitados ao imperador.
9 - “Do direito da guerra decorre o direito de
conquista, que é a sua conseqüência;este, portanto deve segui-lhe o
espírito.”(p.149) sustente a afirmação do autor baseando-se em sua própria
argumentação.
R-
As
definições estão em acordo com a noção de que a guerra é um ato político e que,
portanto, pode ser entendido também nos termos de conquista e conservação.
No entanto, no sistema internacional, por causa da
sua anarquia, a condição de guerra não pode ser considerada
apenas
em termos binários, conquista ou conservação, como determinantes das guerras
ofensivas e defensivas.
Segundo
o entendimento de Montesquieu, há momentos nos quais o ataque
representará
antes uma ação de conservação do que uma ação de conquista.
10
“...,
em uma sociedade onde existe leis, a liberdade não pode constituir senão em
poder fazer o que se deve querer e em não ser constrangido a fazer o que não
deve desejar.”(p.164) explique o que vem
a ser liberdade política conforme a teoria de Montesquieu.
R-
Seria
o direito de fazer tudo o que as leis permitem (negativa). E argumenta: se um
cidadão pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não teria mais liberdade, porque
os outros também teriam tal poder.
É verdade que nas democracias o povo parece
fazer o que quer; mas a liberdade política não consiste nisso, a liberdade
consiste em fazermos algo sem sermos obrigados assim agir.
Pois, continua a pensar, numa
sociedade em que há leis, a liberdade não pode constituir senão em poder fazer
o que se deve querer e em não ser constrangido o que não se deve desejar.
11 - “ Assim como se pode julgar entre as trevas aquelas
que são as menos espessas, e entre os âmbitos aqueles que são os menos
profundos, assim também se pode procurar entre as religiões falsas as que são
mais conforme ao bem da sociedade ;as que embora tenham como resultado conduzir
os homens para as felicidades da outra
vida, possam contribuir mais para sua felicidade nesta.” (p.453)
Explique a posição de Montesquieu frente a importância das religiões.
R- Ele acredita nos preceitos do
cristianismo como sendo uma religião revelada pela divindade aos homens, havia
alguns desprezos pessoais pelos ensinamentos
religiosos que ele chamava de falsos.
Mas para ele o que
importava era entender como eles se relacionavam em buscar o objeto, nessa
religião falsa, elementos que sejam conforme ao bem da sociedade, uma vez que a
tarefa de fé cristã é conduzir os homens a felicidade deles neste mundo.
12
Argumente: Bayle pretendeu provar que mais valia ser ateu que idolatra, Isto
é menos perigoso não se ter
absolutamente religião, do que ter uma má.”(p.454).
R-
Ele, não recorreu ao exemplo de
reino cristão, ele preferiu usar o verbo no modo condicional, havendo hipótese
de que verdadeiros cristãos formam um estado, eles teriam bons cidadoas, quando
seriam mais contundentes utilizar fatos concretos como argumentos.
O que ele quer dizer é melhor não ter religião de que não ser um
verdadeiro cristão.
13
Procure
sintetizar as idéias principais contidas na obra Do Espíritos das Leis .
R-
É uma obra volumosa, na qual se discute a respeito das instituições e das leis, e busca-se
compreender as diversas legislações
existentes em diferentes lugares e épocas. Esta obra inspirou os redatores da Constituição de 1791 e tornou-se na fonte das doutrinas
constitucionais liberais,
que repousam na separação dos poderes legislativo,
executivo
e judiciário.
O autor analisa de maneira extensa e
profunda os fatos humanos com um rigoroso esboço de interpretação do mundo
histórico, social e político. A pertinência das observações e a preocupação com
o método permitem encontrar no seu trabalho elementos que prenunciam uma
análise sociológica.
As leis
escritas ou não, que governam os povos, não são fruto do capricho ou do arbítrio de quem legisla. Ao contrário, decorrem da realidade
social e da História concreta própria ao povo considerado. Não
existem leis justas ou injustas. O que existe são leis mais ou
menos adequadas a um determinado povo e a uma determinada circunstância de
época ou lugar.
O autor procura estabelecer a
relação das leis com as sociedades, ou ainda, com o espírito
dessas.
Ele trata de examinar 3 tipos de
governo, a República, a Monarquia e o Despotismo, onde explica também que as
leis que governam o povo devem levar em consideração o clima, a geografia e
outras circunstâncias gerais, e que, também as forças que governam devem ser
separadas e balanceadas para garantir os direitos individuais e a liberdade.